Executivo do setor de Saúde há mais de 20 anos, Rodrigo Guerra foge dos clichês e dá um passo atrás nos processos de inovação, tendo o pensamento crítico como ponto de partida de qualquer movimento transformador 

Por Tatiana Paiva

Esqueça os conceitos prontos de “fazer mais com menos” ou até a correlação entre obsolescência e inovação. Na prática, inovar é testar algo novo com alto potencial de dar errado. É correr riscos. É, acima de tudo, um ato de coragem.

É isso o que pensa Rodrigo Guerra, executivo com mais de 20 anos de experiência no setor de Saúde, consultor de inovação, criador do projeto Unbox e CEO da UP Health. Detentor de duas habilidades que, não raro, são distintas no universo dos negócios – o pragmatismo do executivo financeiro e a ousadia do líder de inovação – Guerra foi superintendente da Central Nacional Unimed na fase mais crítica da pandemia da covid-19 – momento no qual conduziu inovações que permitiram um melhor uso dos recursos sem perdas para a equipe ou para a qualidade da assistência, garantindo à organização prêmios inéditos de excelência em gestão.  

Sobre essas experiências e tantos (des)aprendizados, ele conversou com a Adriele Marchesini, nossa cofundadora, no episódio “Quem encaixotou a inovação foi você”, da série de lives (Des)Aprendendo com o Exemplo. Veja os pontos principais do bate-papo. 

Inovar é fazer escolhas sabendo da possibilidade de errar. A inovação é um ato de coragem

Oportunidades X erros 

Rodrigo Guerra abriu o bate-papo pontuando sobre as mudanças impostas pela pandemia, como a migração geral para o digital muito antes do que era previsto. “E isso abriu possibilidades fantásticas, mas tudo que é irrefletido conduz a erros”. O novo resultou em grandes oportunidades em termos de trabalho e inovação, mas errar – e muito – faz parte desse processo.

Não seja um gado digital

E se o assunto é transformação, o objetivo principal deve ser se tornar um agente ativo para que ela aconteça. “Não dá para ser gado, ser guiado a todo momento por hábitos e tendências que não fazem sentido para você e não melhoram em nada o seu trabalho”.  As tendências podem até ser um norte do que é esperado pelo mercado, mas nem sempre elas estão de acordo com o universo do seu negócio.

A tal da rota de saída da zona de conforto

“Reinventar um negócio é uma medida muito corajosa quando você está em uma posição executiva em uma grande empresa. Significa abandonar o que dava segurança e testar algo que pode dar errado. Pode dar medo de tomar decisões e fazer algumas apostas, mas com o tempo você vai sendo treinado.”

A inovação está em tudo…

Guerra está sempre atento às tendências, e um de seus segredos é assistir a muitos filmes de ficção científica. “A ficção científica mostra muito mais os anseios de uma época do que a projeção de outras, então acaba sendo uma profecia autorrealizável. É preciso ter referências”. 

… em tudo mesmo!

“A inovação não está em uma área, não está em um processo, está em um pensamento crítico”. Para o executivo, um erro muito comum das empresas é fazer a área de inovação à parte dos demais setores da empresa. “Inovar é parte da responsabilidade social do líder e vai além da modinha. É preciso criar uma escuta ativa e reunir pessoas com a percepção do que precisa ser inovado”.

Cuidado com os modismos

Para Guerra, toda palavra que vira um modismo tem potencial de ser subestimada, como é o caso da inovação. “Não é sobre correr atrás de tendências, nem fazer mais rápido e mais barato. Inovar é perceber necessidades e criar soluções que até então não tinham sido pensadas”. 

Projeto Unbox 

Guerra falou ainda sobre o Projeto Unbox, seu mais recente lançamento em parceria com a agência essense. “Esse é um convite para o diálogo, para a reflexão de incorporação de tendências nas nossas vidas. Para sermos donos de um destino, e não guiados por ele”.  O Unbox funciona como uma dose semanal de compartilhamento de conhecimentos que estimulam as transformações das pessoas, dos negócios e da sociedade. Conheça mais no site do Projeto Unbox e no instagram @projeto_unbox. 

Lembra das referências citadas pela Adriele Marchesini durante a conversa? Elas estão aqui:

Quer saber mais? Dê o replay na live!

Saiba mais:

(Des)Aprendendo com o Exemplo: “Gente insensível não tem humor”

(Des)Aprendendo com o Exemplo: “Ciência é um nome que assusta, mas é algo muito natural”

(Des)Aprendendo com o Exemplo: “A vida é muito curta para gastar com pessoas ruins”, com Ken Fujioka

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