Separamos os erros mais comuns na hora de escrever na internet e damos dicas para não cometê-los mais. Só vem!
Por Camila Galvez*
Ah, o português… considerado um dos idiomas mais complexos do mundo. E não sou eu quem está dizendo, mas a professora norte-americana Rebecca Jackson-Salado, do canal Minha professora gringa, neste vídeo aqui que viralizou há um ano.
Como jornalista e curadora de conteúdo de impacto, tenho uma confissão a fazer: de vez em quando eu também acho que o português machuca. Mas como errar é humano – e aprender também – separei alguns dos erros mais comuns de escrita, seja ela on ou offline. Fiz isso principalmente porque a agência essense está lançando o curso online “Personal Branding para a profissionais de Saúde”* e este texto é parte dos materiais de apoio. Mas também porque, independentemente de você decidir fazer o curso ou não, as dicas que vou dar aqui servem para inúmeros propósitos na sua vida, da carreira profissional à qualidade da cantada no momento da paquera.
Ainda se diz paquera? Enfim… errado não está. Vamos lá?
- A saga dos porquês
Por que, por quê, porque ou porquê? Afff, por quê??? Para não errar mais, guarde essa colinha retirada diretamente do Brasil Escola.
Por que: tem o mesmo valor de “pelo qual”, “pelos quais”, “pela qual”, “pelas quais”, “por qual”, “por qual razão” e “por qual motivo”.
Por quê: utilizado no sentido de “por qual razão” ou “por qual motivo”, leva acento quando ocorre no final de frase e antes de ponto-final, ponto de exclamação ou de interrogação.
Porque: devemos usá-lo quando queremos substituir expressões como “pois”, “já que”, “visto que”, “uma vez que” ou “em razão de”.
Porquê: só colocamos o acento se pretendemos utilizar um sinônimo de “razão” ou “motivo”.
- A tal da letra Maiúscula
Errar é Humano, Aprender também. A letra maiúscula – ou caixa alta, como chamamos no jornalismo – em “humano” e “aprender” chamou a sua atenção? Não é porque ela é maior, não, mas porque está errada.
Aqui tem um jeito lindo para não errar mais.
- Agente secreto
“Agente já falou com ela”. Não, por favor, não.
A gente, assim separado, é uma locução equivalente ao pronome pessoal reto nós (a gente vai = nós vamos).
Agente indica uma pessoa que faz alguma coisa, como um agente secreto ou um agente da polícia.
- Tem algo errado, concorda?
“Obrigada a todos e tenha uma boa semana”. “Os profissionais não parecia entender a missão da empresa”.
Nas mídias sociais, tendemos a adotar uma linguagem coloquial, mais descontraída e espontânea, o que acaba criando um relaxamento das normas gramaticais. Mas usar um discurso com concordância é o que dá clareza e objetividade à mensagem, especialmente se ela for profissional. E você quer ser entendido, não quer? Então, fique atento à concordância.
No caso dos exemplos acima, se estamos falando de “todos”, o equivalente à segunda pessoa do plural (vocês), o verbo “ter” deve ser usado, também, no plural, ou seja, “tenham”. O correto é “Obrigada a todos e tenham uma boa semana”
A mesma lógica vale para a segunda frase, com o verbo “parecer” concordando com “os profissionais”, ou seja, com a terceira pessoa do plural (eles). O correto, portanto, é “Os profissionais não pareciam entender a missão da empresa”.
- Cuidado com a vírgula
Esse meme é auto explicativo.
Vem aqui que têm dicas marotas.
- E tenha parcimônia no ponto de exclamação
“Estamos todos muito felizes por mais essa conquista da nossa empresa!!!!!!!!”
Imagino o nível de felicidade pela quantidade de pontos de exclamação da frase. Mas o ponto de exclamação, quando sozinho, já é por si só um sinal usado para exclamar algo. Ou seja, ele é empregado no final de frases exclamativas que expressam emoção, surpresa, admiração, indignação, raiva, espanto, susto, exaltação, entusiasmo, entre outros. Portanto, repeti-lo só uma vez e quando, de fato, se quiser passar uma das mensagens que eu citei, já é suficiente para se fazer entender.
- Tem/têm
E falando em tem, aí está mais um clássico do português. “Tem” é fácil, ok, mas se o verbo “ter” está no plural, o chapeuzinho é fundamental (e perdão pela rima). Exemplo: “Vocês têm que aprender o que eu estou tentando ensinar.”
- Esse/este
Volto ao Brasil Escola para explicar: “esse” e “este” são pronomes demonstrativos que têm formas variáveis de acordo com o número ou gênero. Eles são usados para indicar a posição dos seres no tempo e espaço em relação às pessoas do discurso.
Dica pra não errar:
> Este, esta e isto são usados para objetos que estão próximos do falante. Em relação ao tempo, são usados no presente.
> Esse, essa, isso são usados para objetos que estão próximos da pessoa com quem se fala. Em relação ao tempo, é usado no passado ou futuro.
BÔNUS!
Parece que eu gritei com você com essa palavra aí escrita em caixa alta, né? Esta é a primeira dica extra pra você: evite gritar na internet (ou escrever tudo em maiúscula).
A gente também te aconselha a
- Eliminar subjetividades
Tudo o que o interlocutor tem para compreender a sua mensagem é o que está escrito. Portanto, seja claro.
- Eliminar clichês
Essas expressões banais enfraquecidas de significado pelo seu uso em excesso. Alguns exemplos:
– …é a sua paixão.
– Que a justiça seja feita
– Quem vê cara não vê coração
- Evitar expressões batidas no mundo da Saúde
– Fechar com chave de ouro
– Ultrapassar barreiras
– Correr atrás do prejuízo
– Que orgulho….que honra
– Líderes do futuro
– Novo normal
E o campeão…
– Com o perdão do clichê (!)
- Não usar palavras em excesso – e que não dizem nada
“O fenômeno da Saúde”
“O movimento da transformação digital”
“No que diz respeito a”
- Cortar advérbios desnecessários
Acariciar gentilmente, rejeitar totalmente, realmente único. Percebe como nestas frases os advérbios passam a mesma mensagem que o verbo? Afinal, se você vai acariciar alguém, será com gentileza. E se vai rejeitar algo, não dá para ser pela metade.
Sempre que quiser usar um advérbio, pense se ele terá, de fato, a função de modificar o sentido do verbo, acrescentando-lhe uma circunstância. O Brasil Escola tem outras dicas para você entender certinho quando usar.
- Evitar a falsa sofisticação
– Jargões
– Ordem indireta de frase
– Sinônimos que sabotam o significado
E você, tem algum erro que sempre vê por aí e que eu deixei de fora? É só mandar que atualizo a listinha por aqui, e a transformamos em um grande post colaborativo.
*Se quiser mais informações sobre o curso, mande um e-mail para contenttraining@agenciaessense.com.br.
Camila Galvez é jornalista com mais de 15 anos de estrada, tem especialização em jornalismo literário, ama livros dos clássicos aos pops, mora no mato e tem um zoológico em casa (da última vez que contou, eram 12 bichos, entre cães, gatos, patos e um galo!). É head de projetos na agência essense e se especializou em Saúde porque AMA o setor.
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