Se é para assinar um artigo que explique o o uso do Facebook, Instagram, LinkedIn, Twitter, Youtube, Tik Tok e Spotify em projetos de curadoria de conteúdo de impacto, que o seja com sincericídio

Adriele Marchesini

Olha, deixa eu, primeiramente, te pedir perdão pelo tema que vou trazer aqui. 

Na verdade eu acho que esse pedido de perdão vai mais pra mim, mesmo. Mas já que é você quem está lendo, digamos que você se tornou uma testemunha, praticamente um cúmplice, desse meu momento de fraqueza e franqueza.

Eu detesto textos que meramente funcionam como um serviço, que explicam como se faz alguma coisa. Não que não os ache úteis ou eventualmente os consuma, mas me sinto um tanto errada em me tornar produtora deles, como se estivesse lançando mão de um ardil metalinguístico. 

Pensa comigo: muitas pessoas querem aprender a construir conteúdo relevante e a criarem ao menos um mínimo de influência onde atuam. Aí essas pessoas começam a procurar conteúdos sobre isso e acabam encontrando materiais como “X dicas para produzir um bom conteúdo”, “Tantas formas de se criar engajamento nos seus textos” e por aí vai. Só que muitas pessoas que produziram esse conteúdo o fizeram a partir de conteúdos que elas mesmas pesquisaram quando decidiram se tornar produtoras de conteúdo. Aí parece que eu vou ser agente de um esquema de pirâmide que promete retornos milionários, mas que é retroalimentado por um recurso finito que só está sendo passando de mão em mão.  Vou ter que tomar um banho depois que terminar este texto, sério. 

Feito todo esse gigantesco preâmbulo e contrariando boa parte das regras para produção de um texto conciso, venho por meio deste, humildemente, escrever um resuminho despretensioso – preste atenção à palavra despretensioso – sobre canais de produção de conteúdo. Em minha defesa, só faço isso porque a agência essense está lançando o curso online “Personal Branding para a Área de Saúde”* e este texto é parte dos materiais de apoio. Tem um propósito claro, eu juro, não é só pra caçar cliques. Também vou me reservar o direito de não trazer um guia definitivo sobre coisa alguma, apenas uma leitura bastante parcial e um tanto discriminatória para que você exerça seu próprio discernimento sobre o que vale ou não para o seu projeto e, quem sabe, ria um pouco também. 

Ok? Então ok. 

Mídias sociais

Vamos começar com as mídias sociais convencionais. Aliás, me permita abrir um parêntesis aqui: mídia social e rede social não são a mesma coisa. Rede social é todo tipo de construção social – seu bairro, sua família, seu grupo de amigos do jardim da infância. Os canais digitais nos quais a gente passa mais tempo da nossa vida do que seria recomendado e saudável são as mídias sociais. Aprendi isso no MBA de Marketing Digital e, desde então, passo mal toda vez que vejo o uso equivocado. 

1 – Facebook

O que dizer desta que foi a mídia social de maior sucesso do planeta Terra e que hoje é o grande vetor de fake news e memes que abastece a população mundial para o bem (menos) e para o mal (muito mais)? Acho que já resumi bem preconceituosamente, né?

Ponto positivo:  é a mídia social mais acessada do Brasil, tem 2,7 bilhões de contas ativas pelo mundo, sendo 130 milhões delas de brasileiros. É tipo Rua 25 de março, em São Paulo: tá todo o mundo lá, no meio de uma grande poluição sonora, visual e oferta de badulaques de origem duvidosa. 

Ponto negativo: ao menos para o universo B2B, que é a especialização da agência essense, é pouco relevante em termos de presença de marca, apesar de ser um vetor bem relevante de tráfego para blogs corporativos. 

Em resumo: o Facebook é tipo pizza de frango com catupiry. Na hora de pedir ninguém dá a cara a tapa falando que quer, mas é a primeira a acabar enquanto a de abobrinha fica lá, esfriando.

2 – Twitter

Preciso abrir meu coração e dizer que minha relação com essa mídia social é a mais mal resolvida da minha vida – e olha que eu sou divorciada. Queria ter dado mais atenção e me dedicado mais a ela. Talvez se não tivesse sido tão displicente, a gente estaria melhor hoje, sabe? 

Ponto positivo: na minha humilde opinião, é o canal mais divertido, informativo e instantâneo que existe. Eu diria que tem um imediatismo e concisão que o rádio exercia entre os veículos antes de a internet engolir tudo. Ela possui quase 17 milhões de usuários brasileiros e realmente é possível viralizar por meio das navegações via hashtags. É o principal termômetro do que está acontecendo no mundo.

Ponto negativo: exige bastante dedicação. Você precisa estar de olho praticamente o dia inteiro e tuitar mais de uma vez por dia. Exige que você se engaje em conversas, não somente fique vomitando conteúdo. Hoje, parece um clubinho fechado: quem entrou, entrou. Quem deixou pra depois, precisa comer muita grama para ganhar relevância.

Em resumo: em projetos B2B, a gente usa mais para presença de marca e fortalecimento de SEO. 

3 – Instagram

Sabe aquela pessoa insuportável da sua escola que ia bem em tudo? Tinha beleza, inteligência e você nem conseguia lhe devolver ódio porque, além de tudo, era legal e gente boa? Ta aí o Instagram. É a quarta mídia social mais usada no Brasil, com 95 milhões de usuários, oferta diferentes formatos de conteúdo (Feed, Stories, Reels, Lives), permite viralização via hashtags, compra de produtos e traz dos conteúdos mais fúteis aos mais informativos e até profundos – tudo depende de quem, e do que, você quer seguir. 

Ponto positivo: é uma mídia social forte, versátil e que concentra um público de peso. Tem um forte apelo estético e cria um ambiente mais amigável para a produção de conteúdos mais leves e humanizados. Além disso, está testando a liberação do recurso de compartilhamento de link nos stories para todos os usuários da plataforma, é provável que todos tenham esse novo botão até o fim de 2021.

Ponto negativo: não permite o compartilhamento de links no Feed.

Em resumo: é uma mídia que ganha relevância para projetos B2B e que permite uma maior flexibilidade na construção de posicionamento e reputação, mas que exige uma produção específica e multifocal de conteúdo, o que não é nada fácil.  

4 – LinkedIn

O paraíso dos coaches e empreendedores de palco, é como a 25 de março, mas como os vendedores usam terno, se sentem no direito de cobrar ágios pornográficos sobre os mesmos badulaques de origem duvidosa. É a sexta mídia social mais acessada do Brasil, com 46 milhões de usuários ativos.

Ponto positivo: apesar de ser mal usada aqui no Brasil, é o canal mais relevante para profissionais. Se você peneirar as frases feitas e as lições edificantes, pode encontrar, sim, coisas boas por lá.

Ponto negativo: não sei se você sabe, mas as pessoas mentem em entrevista de emprego. E o LinkedIn é como se fosse uma entrevista de emprego sem fim, então tem muito conteúdo tosco e autopromocional por lá. Mas eu sou suspeita para falar (leia o “A indústria da vulnerabilidade e da empatia no LinkedIn“).

Em resumo: o LinkedIn é um mal necessário, mas se a gente se unir ele pode ser bom. Vamos combinar que a gente não vai dar engajamento para conteúdo tosco por lá? E que a gente também não vai cair em tentação em busca de likes? Então tá bom.

5 – Tik Tok

O Tik Tok é aquele seu primo mais novo super esquisito, que não estuda e aparenta não fazer nada de produtivo. Aquele tipo que parece que vai tomar Toddynho e ser dependente dos pais o resto da vida. De um dia para o outro, ele aparece na festa de família mais rico do que você, que fez MBA e escreve textões no LinkedIn.

O app não divulga dados, mas há contas extra-oficiais que apontam 16,5 milhões de usuários em uma crescente. Traz vídeos curtos e é usado por adolescentes, celebridades, humoristas e empresas. Se navego por ele por mais de 5 minutos fico com dor de cabeça, então não posso falar muito mais.

Ponto positivo: tenho zero propriedade para opinar

Ponto negativo: igualmente zero propriedade. Mas não usamos em projetos B2B, então, não estou cometendo nenhum crime. 

Em resumo: não se embase somente em meu resumo, porque ele claramente é deficitário. 

Audiovisual

Agora vamos visitar o maravilhoso mundo do audiovisual.

6 – YouTube

O Youtube é o segundo site mais acessado do mundo e perde somente para o Google. Tem dois bilhões de usuários mensais. A cada minuto, os usuários sobem 500 horas de vídeo na plataforma. É um mundo à parte. No passado, bastava abrir uma câmera e gravar umas coisas para ter um canal de sucesso. Com o passar do tempo, as produções ficaram cada vez mais profissionais.

Ponto positivo: é uma plataforma que rankeia muito bem em pesquisas orgânicas e que pode ser facilmente embedável em outras mídias sociais, sites e blogs. 

Ponto negativo: é preciso saber técnicas de SEO específicas para a plataforma para estruturar um conteúdo que seja encontrável nesse mar de vídeos já muito bem rankeados.

Em resumo: é uma mídia relevantíssima, mas que requer um olhar especializado e um nível mínimo de produção (tanto de roteiro quanto de edição) para o segmento B2B. 

7 – Spotify

Foram uns três anos com os sites e eventos de marketing e comunicação preconizando que aquele ano seria “o” ano dos podcasts. Até que na virada de 2019 e 2020 finalmente esse momento chegou. O canal chegou ao fim do ano passado com 345 milhões de usuários mensais ativos em todo o mundo. Também do último trimestre de 2020 eram mais de 2,2 milhões de podcasts disponíveis.

Ponto positivo: o mercado está aquecido e há espaço para experimentação – não são apenas os formatos de entrevista que estão ganhando espaço, mas o de reportagens, narração de crônicas e outros modelos mais criativos. 

Ponto negativo: você não pode subir conteúdos direto de sua conta – precisa de uma ferramenta terceira, um agregador, e os dados de acesso não são tão detalhados quanto os do YouTube. Em projetos B2B, ainda estamos entendendo a aceitação e retorno do público.
Em resumo: é uma mídia em ascensão para produtores de conteúdo que aparenta ter tido uma boa aceitação do público, apesar de isso ser mais uma visão empírica do que baseada em dados.

That’s all, folks

Considere este material como um ponto de partida para você fazer suas pesquisas e definir qual canal é o melhor para atrair seu público em uma estratégia de curadoria de conteúdo de impacto. Mas se você achou esse material suficiente, sugiro fortemente que você faça o curso “Personal Branding para Profissionais de Saúde”, porque tem bastante coisa para você aprender =P.

Sim, eu usei um emoji num artigo. 

Referências:

Como todo texto how to com o ardil da metalinguagem, vou deixar aqui para você a fonte de alguns materiais que consultei, para ver se me redimo. Os preconceitos e analogias toscas são de minha autoria, mesmo.

Resultados Digitais

Criadores ID

Tecnoblog

*se quiser mais informações sobre o curso, mande um e-mail para contenttraining@agenciaessense.com.br“.

Saiba mais:

(Des)Aprendendo com o Exemplo: “Quando tudo falha – o físico, o psicológico, o mental – você levanta e diz: eu não posso morrer aqui”

Série “Humanitech”: o impacto da transformação digital no sexo, morte, fé e amor

6 elementos de uma curadoria de conteúdo (de impacto)

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