A humorista Verônica Debom fala sobre como usamos a comédia no dia a dia – inclusive, como válvula de escape para lidar com a dor

Tatiana Paiva

“A vida é uma comédia para quem vê e uma tragédia para quem sente. Tudo é uma questão de ponto de vista”.

Profundo, não acha? E, também, real. Mas, já que o assunto era comédia, as risadas tiveram muito mais espaço no bate-papo da Verônica Debom, atriz, escritora e roteirista, com a Adriele Marchesini, nossa cofundadora. Em mais um episódio da série (Des)Aprendendo com o Exemplo, o tema da conversa foi  “Comédia é a colher de açúcar que faz o remédio descer”. 

Além de refletir sobre a importância do humor do nosso dia a dia, Verônica falou sobre arte, sociedade e até cultura do cancelamento. Quer saber como foi a nossa live? Nós listamos os highlights por aqui.

A arte intrínseca em nós

“A gente é arte”.  Para a roteirista, somos artistas desde o nascimento: dançamos antes de andar, cantamos antes de falar. Nesse mesmo sentido, Verônica acredita que seguir o caminho da comédia não é exatamente uma escolha, é sobre ser. “Somos vítimas da comédia e, ao mesmo tempo, salvos por ela”. 

Não é falta de sensibilidade, é comédia

Será que a comédia é mesmo a habilidade de deixar as pessoas constrangidas? Verônica acredita que essa arte é uma forma de lidar com aquilo que não é de fácil “digestão”, uma forma de lidar com a dor. “Muitos comediantes estão acostumados a fazer graça com a própria tragédia e acabam parecendo insensíveis aos outros. Mas gente insensível não tem humor”.

Arrependimento ou cancelamento

A atriz acredita que o humor é um produto cultural e varia de acordo com o pensamento e construção da crítica da sociedade de cada época. Ao mesmo tempo, ela não se diz contra a cultura do cancelamento em relação a quem profere discursos carregados de preconceitos. “Eu acredito que quem sabe pedir desculpas continua tendo seu espaço”.

Os dilemas da carreira de atriz

“Mesmo na comédia, já fiz personagens com comportamentos que eu não concordo. Fiz coisas que não acredito, mas que precisava fazer. É uma constante negociação, uma verdadeira queda de braço entre cultura e sistema.”

Quer saber mais? Dê o replay nos MELHORES momentos da live!

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