Publicitário, empreendedor e criador, Bruno Honda deu dicas de como (não) unir impulsos criativos e pragmatismo 


Muitas boas ideias, pouco tempo para tirá-las do papel e uma certeza: não dá para abraçar o mundo. Mas é possível, sim, unir planejamento à liberdade exigida pelas altas doses de criatividade – mas é preciso investir no autoconhecimento e entender suas prioridades. 

Publicitário de formação, empreendedor e criador nato, Bruno Honda vive isso na pele. Com mais de 20 anos de carreira, passagens por grandes agências e 10 anos de trabalho na Mauricio de Sousa Produções, ele descobriu, na prática, a necessidade de buscar o equilíbrio entre o tempo com a família, os hobbies e os projetos com retorno financeiro a curto prazo. 

No episódio “Cabeça nas nuvens, pé no chão”, da série de lives “(Des)Aprendendo com o Exemplo”, ele conversou com a Adriele Marchesini sobre as piores práticas em tudo que envolve liberdade criativa e pragmatismo. 

  1. Dizer “sim” para todos os projetos

A experiência ensinou que Honda teria que dizer alguns “não”. Ele comparou a ideia de entrar em múltiplos projetos ao mesmo tempo com o desempenho de um atleta de alta performance: não dá para entregar o melhor o tempo todo. “O preço que se paga por isso é alto, e envolve saúde e desgaste. Entender o que cabe no meu tempo foi uma boa prática que aprendi com as más práticas.”

  1. Cuidado com os “hobbies caros”

Honda definiu seus “hobbies caros” como aquelas ideias que gostaria de tirar do papel, mas não visualiza qualquer tipo de retorno em pouco tempo. “Isso não vai ser sustentável a longo prazo, por isso algo que indico muito é mapear suas horas de trabalho. Assim, é possível manejar projetos e hobbies”. 

  1. Insistir na busca pela “grande ideia”

“Com o passar do tempo, aprendi que isso é meio como um Santo Graal, não existe. Se você der uma ideia mais ou menos para uma grande equipe, você vai ter um bom projeto. Se você tiver uma grande ideia e der para uma equipe mais ou menos, não vai dar certo. Grandes ideias são, sim, terreno fértil para bons resultados, mas, para mim, a grande ideia está no equilíbrio entre um insight e a execução.” 

  1. Apego ao apego

“Algo que eu sinto como artista e criador é que o desapego é fundamental. Ou você derruba a ideia ou ela te derruba.”

  1. Ego e arrogância intelectual

“É preciso tomar muito cuidado com essa elitização. Uma gestão maneira de verdade está em entender as capacidades das pessoas que você julgava que eram limitadas – e que, muitas vezes, apenas não estão trabalhando no lugar certo para elas.”

  1. Acomodação

Em seus mais de 10 anos de experiência na Mauricio de Sousa Produções, Bruno Honda é um dos autores da Turma da Mônica Toy, animação que reinventou a linguagem dos personagens tradicionais e rendeu bilhões de visualizações nas mídias digitais. Sobre “mexer” em personagens tão consolidados como a Turma da Mônica: “a única possibilidade de sobrevivência em uma empresa desse tamanho é o olhar de inovação. É soltar  o freio de mão para as amarras do passado”. 

  1. Se entregar à procrastinação

Para evitar isso, Honda está sempre procurando um impacto de mudança. “Caso contrário você está conivente com as coisas do jeito que estão, por isso o senso de propósito é um motivados, ajuda você a se movimentar. Essa é uma carta que você pode usar o tempo todo para evitar a procrastinação e ajudar na organização. Não existe planilha que não seja enganável.”


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